Histórias do CD/EP Parte ll: Goodbye My Love
Atualizado: 25 de fev. de 2021
A história começa a 20 de Janeiro 2016 na Casa da Musica no Porto, Sound Check com Black Mamba. Estava no camarim tranquilo, começo a ouvir um piano a tocar, estava bonito… Então comecei a tocar sax por cima daquela harmonia e fui andando para o palco. Quando chego estava lá o Skyler Jett, tocava ao piano uma das suas músicas não editadas. Ficou super contente com a minha interpretação na sua música. Parou bruscamente e disse: “brother…This a song that I wrote a few years ago. This is Goodbye My Love, I need you to record this for me”. E eu respondi “let’s go, let’s do it”. Mas confesso que achei que ele estava a brincar.
Acontece que quando ele veio a Portugal produzir comigo o Turn it up!… aproveitamos e gravamos o “Goodbye my love” que fez parte do acordo para a sua vinda.
Em Estúdio…
Começamos as gravações!
O Skyler tinha uma ideia completamente diferente da minha para a sua música. Ainda que a música fosse dele e eu o respeite muito, não queria que o Goodbye My Love (GML) ficasse apenas uma versão instrumental como ele queria, fiz questão de ter vozes. Como tínhamos as Patrícias em estúdio o Skyler não quis cantar, preferiu que fossem elas a cantar a melodia da música. Para mim foi surpresa porque queria que fosse ele a cantar o Lead na sua canção.
A Secção rítmica da música foi interessante de fazer. O Pestana teve um trabalhão enorme a sacar a linha de baixo original e no fim ainda teve de se mudar de tom (sorry Pestana). E o Miguel, para perceber qual a onda que o Skyler queria para o tema… só mesmo em estúdio é que se fez perceber. GML era produzido na California pelo Sylvester Brooks. Estava já com muita instrumentação num Loop que não foi gravado com “click”, estava só com vibe. Ou seja, teve de haver da parte dos músicos muito mais do que só teoria musical. E isso foi das principais batalhas para gravar.
Apesar disto tudo, esta para mim ainda foi a parte mais fácil, o mais difícil foi mesmo fazer o videoclip.
O Videoclip…
Uns amigos videografos quiseram, na sua bondade, oferecer-me a produção um videoclip. Aceitei. Nunca tinha visto o portfólio deles e pensei em falar com outro Videógrafo, já meu conhecido, o Fred, e pensei que se as coisas não se fizessem por um lado se fariam por outro e a qualidade do vídeo ficava assegurada.
No entanto foram muitas as adversidades encontradas:
1 – Para começar, arranjar hotel foi complicado. Primeiramente falei com as Areias do Seixo, não foi possível; depois tentei fazer com o Myriad que aceitou, mas tinha muitas limitações. Por fim chegou-se ao Evolution Hotel. Quem me ajudou a lá chegar foi o Diogo Batalha, basicamente fez com que as coisas funcionassem. Já no Evolution Hotel, o João Figueira e a sua equipa foram incansáveis. Estiveram sempre connosco, trataram-nos muito bem, sem dúvida a melhor parte da produção deste videoclip.
2 – Outra adversidade foi a escolha da atriz. Tinha pensado numa amiga minha, a Mélanie Vicente, que tinha todo o gosto em participar, mas estava fora do país e não conseguia estar presente. “the show must go on”. Tive então que arranjar uma alternativa, a Joana Cardoso, que fez um excelente trabalho e foi fantástica.
3 – Começamos as gravações no hotel. Senti que a malta do Vídeo estava empenhada, mas pelos planos que estava a ver acontecer receei o resultado. O Fred que seria o meu apoio, caso eu tivesse esse receio, nesse dia não apareceu, e assim não fiquei com as melhores imagens do Evolution.
4 – Como no Turn it up! quem escreveu a história do GML foi o meu amigo Samuel Alves. Infelizmente o Samuel adoeceu no dia de gravação da história no hotel. Fiquei também sem realizador!
5 – A escrita da história inicial era muito diferente da final, não tínhamos imagens de qualidade para as cenas do guião…a solução foi alterar a história.
Em síntese, a história inicial seria:
– ela no ginásio;

– ela liga sem êxito;
– ele vai em viagem;
– ela liga sem êxito;
– ele chega tarde ao encontro dela;
– discussão entre Ricardo e Joana que estava farta de esperar;
– ela vai embora;
– ricardo fica triste vai passear de carro;
– no final ela reconsiderava e voltava;
– ficavam juntos com um final feliz;
6 – Tinha conseguido um Mercedes SLS em protocolo, todo bonito para ir gravar as cenas do GML… mas tive de cancelar porque não tinha equipa de gravação;
7 – Fazer-me entender à equipa que começou as filmagens que precisava das imagens, e tinha de seguir o trabalho com outro editor, foi das partes mais difíceis para mim (conjugar relações humanas com profissionais).
8 – Queríamos fazer algumas imagens com o carro perto da ponte pedonal de Torres de Vedras, na altura falei com toda a gente, inclusive o presidente da câmara, mas não deu por não se querer carros perto da ponte pedonal. Curiosidade: passado um mês estava lá a ser feita a inauguração do novo Mercedes Class A onde estive a tocar… Como não deu, fomos para a praia de Santa Rita, achamos que fosse um sítio interessante. Até ali tinha sido tudo tão difícil de fazer. Desabafo convosco, peguei no telemóvel mais de mil vezes, juro-vos! Já tinha hotel, protocolos e endorsers “à perna” … e o Goodbye My Love já estava a rebentar comigo!
9 – Após várias tentativas consegui encontrar-me com o Fred para acabar o GML, marcamos de segunda para terça. Então, Fred eu e Chacal fomos para Santa Rita e tivemos a ideia de fazer umas imagens a sair do hotel Golf Mar. Estava reticente, porque mesmo não sendo no interior do Golf Mar, ainda assim era à saída e podíamos ter problemas com isso. Se eu fosse pedir autorização naquele momento, teria de passar por departamento X+Y+Z etc… se calhar só hoje é que poderia ter este vídeo acabado! Então eu disse “bora gravar isto!” depois ponho o Golf Mar nos créditos e resolvo o que tiver que resolver. Então gravámos aquilo assim à pressa, à saída do hotel Golf Mar, a quem eu agradeço aqui já publicamente pois nunca criaram qualquer atrito e acabaram por dar uma grande ajuda sem saberem. Por isso muito sucesso e sorte para o Hotel Golf Mar!
Com este tema Goobye My Love, que teve imensas dificuldades, retirei uma mensagem:
… há muita malta que costuma dizer “não se deve lutar contra o universo”, com este trabalho, direi que essa é a maior estupidez que se pode dizer. Devemos acreditar nas coisas e levá-las até ao fim, porque se usarmos essa expressão, então com a primeira negativa que temos na primária pensamos: “não sou capaz, mais vale sentar-me a ver a vida passar”.
Temos de lutar! O que se quer na vida depende apenas de acreditar…. Havendo saúde, não existem impossíveis!
Não deixo de agradecer a todos os que direta ou indiretamente fizeram parte desta história,
a eles lhes devo um MUITO OBRIGADO!
Sem vocês o resultado não era este.